Editorial
Quando o mestre lionês Allan Kardec refletiu sobre o futuro do Espiritismo deixou claro que o mesmo não possuía um chefe, e a concentração de esforços num único homem para a produção da Codificação daria lugar a criação de uma Comissão Central. Esta comissão elaboraria a constituição do movimento espírita em torno de princípios, sem preocupações com o estabelecimento de padrões na forma de atuar, pois estes poderiam variar conforme os contextos culturais de cada povo e de cada época.
Os espíritas, pensava ele, formarão agrupamentos cujo relacionamento se efetivará centrado em laços de fraternidade, de interesse comum, portanto sem submissões de qualquer natureza. E para atualizar o trabalho da Comissão Central e proporcionar oportunidades de crescimento dos profitentes espíritas e de seus saberes, bem como da Doutrina Espírita, ele imaginou a realização de congressos.
Quando o mestre lionês Allan Kardec refletiu sobre o futuro do Espiritismo deixou claro que o mesmo não possuía um chefe.
Passados 156 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos, em consonância com o discurso organizador de Allan Kardec, estamos reunidos com o propósito de nos confraternizarmos e aprimorarmos nossa cultura espírita, entre muitos motivos para estarmos juntos.
Neste evento pretendemos ressignificar nossa concepção sobre o viver espírita na sociedade, considerando que o Espiritismo tem dois objetivos gerais: superar o modelo materialista hegemônico na sociedade e reviver o Cristianismo em seu ideário original. Seu escopo será alcançado se nosso compromisso com a renovação social, propugnando pela criação da civilização do primado do espírito, sair reforçado.
E para facilitar nossa aprendizagem, reunimos todos os que se propuseram a dar contribuições através de painéis, palestras, fóruns, momentos de arte, comentários de livros, direção de meditações, além de experientes divulgadores do Espiritismo no Brasil. Eles dividem com a comissão de programação do evento as responsabilidades sobre a qualidade e elevação dos ensinos apresentados.
Lembramos, porém, que todos os participantes, somos, como queria Kardec, ao criar as normas do seu congresso, os responsáveis pela seleção e multiplicação de informações em nossas áreas de influência no movimento espírita.
Que prevaleça entre nós a busca de consensos nos pensamentos e nos sentimentos; e que as diferenças de formas de organização sejam vistas como meras expressões da singularidade de indivíduos e grupos em seu momento existencial e evolutivo.
Sejam todos bem-vindos ao XV Congresso Espírita da Bahia organizado sob a inspiração de um de nossos pioneiros e estimulador de eventos: Leopoldo Machado.
André Luiz Peixinho
Diretor Presidente da FEEB